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Um dos primeiros profissionais a fazer parte do time do Hospital Lifecenter foi Carlos Henrique Viana de Castro, que se lembra com exatidão de quando foi convidado a estruturar o serviço de Anestesiologia, em 2001. “Recordo que o convite foi feito dois dias após o atentado do World Trade Center. A partir daí, tive alguns meses para montar uma boa equipe, reunir todo o material necessário e criar as regras que seriam seguidas nos anos seguintes”, conta. Em abril de 2002, o Lifecenter abriu as portas.
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Foi naquele momento que se definiu qual seria o maior diferencial dos profissionais do hospital: a titulação múltipla. Atento às indicações da Joint Commission International (JCI) para a formação de boas equipes na área de saúde, Carlos começou a procurar profissionais que possuíam especialização extra em Medicina – além da Anestesiologia.
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Com isso, vieram clínicos, terapeutas intensivos e até mesmo pediatras. “As pessoas passaram a identificar e reconhecer esse diferencial. Escutávamos profissionais do meio falando que a equipe era muito boa, o que nos deixou bem seguros para continuar”, diz.
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Como em todo início de trabalho, o progresso foi gradual. As primeiras semanas foram utilizadas para treinar enfermeiros e técnicos a lidarem com os procedimentos que seriam utilizados. Quando o serviço entrou em operação, já existia, portanto, uma filosofia implantada e uma equipe engajada, com prazer em trabalhar.
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Hoje, o hospital realiza cerca de 1.600 cirurgias por mês, sendo as mais comuns as bariátricas e as ortopédicas – com destaque para a colocação de próteses e intervenções em joelhos e coluna . Dos dez profissionais que começaram em 2002, dois ainda estão no time, que tem 25 anestesiologistas. O crescimento da equipe trouxe, contudo, uma consequência: a perda de parte do espírito que moveu os pioneiros.
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Carlos recorda que, com o tempo, a dupla titulação foi deixada de lado e reeditar o pré-requisito é um de seus objetivos à frente do serviço, que coordenou de 2002 a 2010 e ao qual retornou em 2016. “O profissional não deve apenas fazer a anestesia, é ele quem trata do paciente durante toda a estabilidade clínica. Ter pessoas com especialidades diferentes contribui para isso. Crescemos e nos esquecemos da nossa raiz. Agora estamos tentando, de alguma forma, recuperá-la.”
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Atualmente, o Lifecenter adota uma escala de atendimento rotativa, que envolve o trabalho diário de 14 profissionais – os plantonistas da noite anterior fazem a escala do dia seguinte. Também há um sistema de caixa único, que exige maior maturidade da equipe. “Agir de forma pessoal cria tensão nas relações interpessoais. Se não corrigimos determinados rumos, a equipe acaba se dissolvendo ou o ambiente interno se torna inóspito.” Em um espaço tão estressante quanto o cirúrgico, ele considera que gerenciar de forma eficiente o trabalho dos profissionais e zelar pela satisfação de todos são dois desafios importantes.
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Isso envolve, inclusive, estimular a participação dos anestesiologistas nas entidades representativas da classe. “Precisa existir esse contato do profissional com a Coopanest-MG e a Samg. Historicamente, as cooperativas serviram de referência para outras entidades médicas. Eles são nossos representantes e defendem a anestesia mineira.” Até mesmo porque a rotina profissional mudou bastante com o passar dos anos. O aumento do número de formandos na especialidade e o desenvolvimento da tecnologia obrigaram os profissionais a ter uma visão empresarial mais apurada. “Precisamos cada vez mais nos preparar para essas mudanças. A meta é estarmos prontos para o futuro e creio que nos encontramos no caminho certo para isso.”
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