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No início do século XX, a tuberculose ainda era um sério problema de saúde enfrentado pela população brasileira. Belo Horizonte possuía um clima adequado a quem buscava tratamento e, em 1928, uma instituição foi criada na região Oeste para abrigar pacientes carentes. Era a Vila dos Trabalhadores Convalescentes, localizada entre os morros das Pedras e do Cândido, que dois anos depois passaria a se chamar Sanatório Morro das Pedras.
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Ainda sem o viés religioso que guia atualmente a instituição, a iniciativa partiu do parasitologista Henrique Marques Lisboa e do barbeiro José César dos Santos. A entrada do Instituto de Pequenas Missionárias de Maria Imaculada (IPMMI) se deu apenas em 1949, quando Dom Antônio dos Santos Cabral, então arcebispo de Belo Horizonte, convidou a Madre Maria Teresa de Jesus Eucarístico para assumir o controle da instituição, que ganhou o nome de Sanatório Marques de Lisboa.
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As primeiras cirurgias foram realizadas na década de 1950 até que, em 1982, iniciou-se o processo de transformação do espaço em um hospital, após a abolição dos sanatórios no país. O Serviço de Anestesiologia do hospital data dessa mesma época. No início, eram poucos profissionais com a missão de organizar todo o trabalho que seria realizado. Foram anos de crescimento lento e gradual, mas o avanço veio mesmo na década de 2000, quando o hospital passou a adotar padrões nacionais e internacionais de Qualidade.
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A principal conquista veio em 2007, com o Certificado de Acreditado Pleno nível 2, concedido após avaliação da Organização Nacional de Acreditação (ONA) e do Instituto Qualisa de Gestão (IQG). “Apesar de ter dado trabalho, foi algo muito positivo. Criamos protocolos e checklists de segurança que são essenciais para o nosso trabalho”, conta Rodrigo de Lima e Souza, coordenador da residência em Anestesiologia do hospital.
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Hoje, são 21 profissionais na equipe, que atendem às mais diferentes especialidades. O Serviço de Anestesiologia tem status de pessoa jurídica. O trabalho é dividido de forma igualitária e os pagamentos são feitos de acordo com a carga horária dedicada ao serviço.
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Ao todo, 12 anestesiologistas prestam atendimento diário e a escala semanal é rotativa – ou seja, o profissional permanece uma semana em uma área e, na seguinte, outro assume o seu lugar. “A nossa relação é muito tranquila. Todo mundo sabe qual é a sua função e a desempenha com muito profissionalismo. Além disso, temos uma reunião mensal para avaliar o funcionamento do serviço”, diz Rodrigo.
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Outro ponto importante para a evolução foi a criação do atendimento pré-anestésico. O anestesiologista tem a oportunidade de conversar com o paciente antes da cirurgia e detalhar o procedimento a ser realizado, para apontar os riscos envolvidos e tranquilizar aqueles que demonstram apreensão.
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Em 2010, os anestesiologistas do hospital Madre Teresa passaram a ter a companhia de residentes. O programa, que recebe cinco estudantes por ano, foi criado para atender a uma necessidade da equipe e do mercado. Rodrigo conta que os profissionais sentiram a necessidade de criar uma residência para capacitar os novos ingressantes. “É uma relação de mão dupla: a facilidade com que as novas gerações lidam com a informatização nos obriga a acompanhar a evolução da Medicina, para estar por dentro das novidades”, diz. Hoje, a residência já está credenciada pelo MEC e pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia.
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