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Em comparação a outros hospitais, o Socor tem equipe pequena de anestesistas: o serviço conta com nove profissionais e um estagiário. Também é uma estrutura recente, formada no início da década de 1990 – quando houve a expansão do espaço e a inauguração do bloco cirúrgico. Mas o que poderia ser um desafio se tornou o maior trunfo do serviço. “Somos um grupo de amigos e isso faz diferença. Não disputamos espaço. Valorizamos o potencial de cada um e exigimos o melhor de nós mesmos”, conta Marco Aurélio Silveira Sathler, coordenador do serviço de anestesiologia.
Houve um crescimento gradual da estrutura, que acompanhou o desenvolvimento do hospital. Fundado em março de 1968, o Socor se tornou referência no tratamento de doenças cardiovasculares. Em 1991, pensando nos avanços da Medicina e na necessidade de um atendimento médico qualificado, as atividades foram ampliadas e o Socor passou a ser um hospital geral.
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“O início foi mais insipiente porque as cirurgias ainda eram muito tímidas. Com isso, o serviço de anestesiologia foi ganhando corpo aos poucos”, diz. Era um período de estruturação, com a definição de protocolos para cada tipo de anestesia, da gestão dos pagamentos e da estrutura de funcionamento. Decisões tomadas há quase 30 anos e que trazem reflexos positivos até os dias de hoje.
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O serviço de anestesiologia do Socor aproveitou muito da experiência e dos processos estrutura já estabelecidos pelo Felício Rocho. Era o caminho natural, pois os cinco profissionais convidados para iniciar o projeto eram provenientes de lá. Eles trouxeram a ideia de horizontalidade no serviço, com todos os profissionais tendo o mesmo grau de importância e realizando todos os serviços. E, com o passar dos anos, o modelo foi otimizado.
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“Temos uma organização absurdamente democrática. Todos os membros da equipe rodam em todos os cargos de liderança. Com isso, todos podem implementar suas ideias e dar sua contribuição para a equipe, sem hipertrofiar ninguém com excesso de poder”, analisa Marco. O pagamento é proporcional ao trabalho e à dedicação ao hospital, apenas com uma diferença simbólica entre os mais experientes e os mais novos. Além disso, os médicos têm direito a férias remuneradas – um modelo incomum quando se fala de profissionais liberais.
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Além disso, os anestesiologistas prezam pela participação nas entidades de representação da classe. Do Socor já saíram um presidente e conselheiros do Conselho Regional de Medicina (CRM), diretores e secretários da SAMG, além do atual presidente da Coopanest-MG, Rômulo Augusto Pinheiro.
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Os procedimentos também são todos uniformizados. “Não existem aventureiros, trazendo inovações que não foram testadas anteriormente. Se houver uma cirurgia de apendicite, por exemplo, todos os profissionais vão fazer a mesma anestesia”, diz. Isso contribui para trazer credibilidade para o serviço. Marco aponta que a diretoria do Socor recebe os profissionais sempre com muito diálogo e, mesmo com a crise financeira dos últimos anos, não houve nenhum incidente. “Somos todos parceiros no hospital. Hoje, o Socor é chancelado com a ONA 3 e tem o Selo de Excelência Assistencial da Unimed Belo Horizonte**, nas cinco dimensões analisadas. Estamos trabalhando para fazer o melhor.”
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*A Organização Nacional de Acreditação (ONA) possui três níveis de certificação, sendo o grau 3 a maior delas. É concedida para instituições que atendem aos critérios de segurança, apresenta gestão integrada, com processos ocorrendo de maneira fluida e que demonstra uma cultura organizacional de melhoria contínua com maturidade institucional.
** Avalia as unidades da rede assistencial própria e credenciada a partir de metas estabelecidas em cinco dimensões: Segurança, Acesso, Desempenho, Certificação e Experiência do Cliente. Os ciclos de auditoria têm duração de seis meses e o reconhecimento ocorre anualmente. Para conquista do Selo de Excelência Assistencial, as instituições precisam conquistar pelo menos três das cinco dimensões.
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