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Serviço de Anestesiologia do Vila da Serra: 20 anos de união

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Há 20 anos, um grupo de médicos mineiros idealizou um hospital para oferecer assistência integral a mulheres e crianças. O local escolhido para a concretização desse sonho foi um terreno situado na divisa dos municípios de Belo Horizonte e Nova Lima. Um espaço privilegiado que, em 1999, se tornou o Hospital Vila da Serra.

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Fachada do Hospital Vila da Serra (Foto: Divulgação)

“Tivemos muitas dificuldades no início. Começamos a atuar em um ano pós-eleitoral, em que o país atravessava um período de valorização abrupta do dólar e de grande instabilidade econômica. Lidamos, a princípio, com muita insegurança”, conta Frederico Chaves Viana, tesoureiro do serviço de anestesiologia do hospital e um dos 14 anestesiologistas presentes na época da fundação.

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Mas, mesmo em um período de incertezas, o serviço de anestesiologia já estava preparado para iniciar suas atividades. Antes que o hospital obtivesse autorização para funcionar, as políticas de convivência e de trabalho foram traçadas, em comum acordo. “A gente se reunia na obra, em mesas de madeira, para desenhar como seria o funcionamento do serviço e a divisão do dinheiro”, lembra Fabrício Paulo Rossati, atual coordenador do serviço de anestesiologia.

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Esse esforço inicial se refletiu em boas práticas, que reverberam até hoje. Na época, os profissionais decidiram criar um caixa único, uma maneira até então pouco usual de administrar os recursos. Assim, todo dinheiro recebido ia para uma única conta e, no final do mês, o montante era dividido proporcionalmente ao número de procedimentos realizados e ao tempo de dedicação ao hospital. “Isso facilitou muito a convivência. Muitos vinham de experiências ruins com outros modelos, então foi fácil convencer a todos a aderir. E até hoje funciona muito bem”, afirma Frederico.

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Pouco a pouco, o hospital se tornou uma referência em Belo Horizonte. De um espaço para atendimento exclusivo a mulheres e crianças, o Vila da Serra se transformou em hospital geral, pronto para absorver a demanda crescente na área da saúde. Só de anestesias, por exemplo, são cerca de 1.400 por mês. E o número de profissionais especializados dobrou desde a fundação – hoje são 28 anestesiologistas ao todo.

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Para Fabrício, a dedicação da equipe que iniciou os trabalhos tornou-se um dos principais diferenciais do hospital em seus primeiros anos. “Temos uma homogeneidade em termos de idade e experiência. Vários colegas têm outros títulos além da anestesiologia, o que agrega valor ao nosso serviço. Aos poucos, passamos a incorporar colegas mais jovens, que trouxeram um novo olhar, além do profissionalismo e da vontade de trabalhar.”

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Essa união também se reflete na participação nos órgãos da classe. Fabrício destaca que a anestesiologia, dentre todas as especialidades médicas, é uma das que têm a cooperativa mais atuante. “Sempre tivemos uma relação boa com a Coopanest-MG, por isso o estímulo dado para que os médicos se associem. Logo que o residente termina a formação, nossa recomendação é que ele se torne um cooperado.”

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Confraternização de fim de ano, uma parceria que vai além do hospital (Foto: Arquivo Pessoal)

Investimento em formação

Há cerca de cinco anos, o serviço de anestesiologia do Vila da Serra conquistou uma grande vitória: uma residência própria, credenciada pelo MEC. São duas vagas por ano e, atualmente, sete residentes se encontram no programa. “Isso foi possível graças ao amadurecimento do serviço. Não usufruímos dos colegas como mão de obra barata, mas ensinamos um ofício”, explica Frederico.

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Os profissionais consideram essa uma grande oportunidade de renovação do corpo técnico. O hospital, que antes era apenas uma instituição privada, passou também a investir nas áreas acadêmicas. “O benefício científico que isso traz para a equipe tem sido muito grande. Ter gente nova, com ideias novas, refresca nossa mente”, avalia. A procura por parte dos recém-formados, por sua vez, tem sido muito grande. E eles não têm decepcionado. Na avaliação de Fabrício, os residentes que têm chegado ao hospital possuem um nível de conhecimento acima da média e isso é ótimo para o hospital.

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Mas, apesar disso, ele vê que a residência ainda tem muito a desenvolver. “Estamos engatinhando. Ano passado, uma primeira turma formada exclusivamente dentro do Vila da Serra se formou e todos estão indo muito bem”, afirma. Agora, o plano é crescer. A meta da equipe é que o programa seja credenciado não só pelo MEC, mas também pela Sociedade Brasileira de Anestesia.

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Crescimento, inclusive, está nos planos do serviço de anestesiologia como um todo. Além das melhorias na residência, o investimento em tecnologia será um dos focos para os próximos anos. “Queremos oferecer um serviço cada vez mais moderno e de qualidade. Fomos o primeiro serviço em Minas a ter anestesia para cirurgia robótica, por exemplo. É um diferencial que temos e que pretendemos manter”, finaliza Fabrício.

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