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Os desafios do futuro pós-pandemia


Traçar as estratégias mais adequadas para lidar com a atual crise sanitária e as mudanças que impactaram a classe no último um ano e meio têm sido os grandes desafios da Coopanest-MG. Afinal, praticamente todo o período da nova gestão foi vivido sob a sombra da pandemia. O presidente Artur Palhares, o diretor Financeiro Paulo Pimenta e o diretor Administrativo Marcelo Passos assumiram seus cargos em 5 de março; no dia 20, a prefeitura de Belo Horizonte decretou o fechamento das atividades não essenciais na capital.

Integrantes da Diretoria da Coopanest-MG

“Estávamos acompanhando a evolução dos casos, mas não esperávamos essa situação. Nossa presença física se tornou mais restrita, mas nos organizamos para manter contato frequente com os colaboradores. Estávamos preocupados com a situação financeira da Cooperativa e dos cooperados, principalmente em razão da queda no volume de cirurgias eletivas. Mas, felizmente, conseguimos fazer com que a Coopanest-MG se mantivesse funcionando normalmente”, conta Artur. Não que o caminho tenha sido simples – muito ao contrário.

Para evitar grandes perdas e avaliar melhor o cenário, foi realizado um acompanhamento semanal das contas que chegavam e da expectativa de receita, baseada em anos anteriores. Os resultados apresentaram grande variação, determinada pelo avanço da pandemia em Minas Gerais. Graças, no entanto, ao menor movimento e ao empenho do Departamento de Glosas, foi retomar a cobrança de passivos acumulados de anos anteriores e uma melhora significativa foi registrada. “Quando deparamos com os resultados de 2020, apresentados na assembleia realizada em março deste ano, vimos que a perda real foi de apenas 12% – cerca de 1% ao mês”, destaca o presidente.

Pilares de atuação

Paulo Pimenta explica que a atuação estratégica da Cooperativa se deu a partir de três pilares: recuperação de glosas antigas, retenção de verbas que seriam distribuídas e relação com as grandes incorporações na área da saúde. “Sabíamos que haveria um impacto financeiro e trabalhamos para minimizá-lo”, diz.

O primeiro esforço, como já explicado, foi o de recuperação dos passivos pendentes junto às operadoras. Foi um período de intenso trabalho da diretoria e dos colaboradores da Cooperativa para sensibilizá-las a respeito do trabalho do anestesiologista, o que foi importante tanto para a forma de negociar os reajustes quanto para o resgate de glosas antigas. Paralelo a isso, os cooperados presentes na assembleia também aprovaram uma retenção de verbas que seriam distribuídas, de modo a contribuir com a segurança financeira da Coopanest-MG.

O terceiro pilar – o mais delicado, por envolver a compra de alguns hospitais por operadoras, aceleradas pela pandemia – alterou a forma de trabalho dos anestesiologistas e, como consequência, trará impactos em curto, médio e longo prazo para a Cooperativa. Em um modelo verticalizado, esses hospitais realizam o pagamento diretamente ao profissional, de forma não proporcional ao número de procedimentos realizados – o oposto do que ocorre na maioria dos serviços de Anestesiologia mineiros.

Há uma série de questionamentos relacionados a esse tema que ainda precisam ser debatidos e é o que a Coopanest-MG pretende fazer junto aos cooperados. “Nosso maior desafio é inserir a Cooperativa nessa nova cadeia produtiva, de remuneração baseada em valor. Estamos estudando os modelos existentes para avançar da melhor forma possível”, diz Paulo.

Por isso, os diretores são unânimes em afirmar que este é o maior impacto da pandemia, que persistirá para além dela. “Espero que, em breve, o movimento das cirurgias eletivas retorne aos patamares de 2019. Como cooperativa, estamos preparados para isso. Mas mantém-se o desafio do relacionamento com as instituições após as incorporações. Temos que lidar com essa questão com muito otimismo e o máximo de sabedoria”, avalia.

Esforço coletivo

Equipe se dedicou para manter a sustentabilidade da cooperativa

Em meio a todos esses desafios, questões pessoais também impactaram o trabalho. Como um dos profissionais na linha de frente do combate à Covid-19, os anestesiologistas enfrentaram um cenário de instabilidade e medo, que trouxe desde consequências mais leves, como insônia, até mesmo a decisão de se aposentar mais cedo, tomada por alguns colegas. “Foi um período de muito estresse, mas estamos cumprindo nossa missão social”, afirma o diretor Marcelo Passos.

Todos também concordam que os resultados alcançados só foram possíveis graças ao empenho da equipe de colaboradores e ao apoio do Conselho de Administração.

Os funcionários precisaram se adaptar ao novo cenário, seja a distância ou presencialmente, para que as cobranças continuassem a ser realizadas e passivos relativos a anos anteriores fossem recuperados. Os conselheiros, por sua vez, estiveram muito presentes nas reuniões da diretoria, para debater temas como gestão e futuro da profissão, de modo a auxiliar a tomada de decisões no período.

Artur Palhares – Presidente da Coopanest-MG

“A Coopanest-MG sempre foi, ao longo dos anos, sinônimo de confiança. A expectativa é manter o trabalho desenvolvido há mais de 30 anos, mesmo sabendo que teremos dificuldades pela frente. Em momento algum, contudo, vamos fraquejar; a proposta é manter nossa postura e posicionamento.”

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