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Fundado em 9 de abril de 1949 pelos médicos Ajax Rabello, Sylvio Miraglia e Figueiredo Starling, o Hospital Vera Cruz (HVC) nasceu com a missão de prestar serviços de alto padrão, utilizando uma estrutura de ponta. E a historia dessa instituição, nos dias de hoje referência em Cardiologia, começou com uma história de amor. Sebastião Rabello, filho de Ajax Rabello, também era médico. Quando sua esposa foi diagnosticada com estenose mitral, nos anos 1950, ele precisou buscar soluções fora do país para tratar o complicado quadro de saúde de sua amada. Com isso, trouxe todo o conhecimento consigo e contribuiu para tornar o HVC uma grande referência na área.
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Naquela época, cirurgias cardíacas eram quase impossíveis de serem realizadas, e as inovações na área de Anestesiologia foram preponderantes para que os procedimentos pudessem ser viabilizados. A primeira anestesia para cirurgia com tórax aberto e respiração controlada para pneumectomia foi realizada em 1951, na Santa Casa de Belo Horizonte. Nesse mesmo ano, foram iniciados os serviços de anestesia do Hospital Vera Cruz, tendo como chefe Petrônio Boechat. Com o apoio da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), iniciou-se, em 1956, em Belo Horizonte, o treinamento de médicos em anestesiologia em diversos hospitais – incluindo o HVC –, sob a responsabilidade de Leonardo Cavalieri.
Em 1958, o anestesista Wilson Pavan regressou dos Estados Unidos, onde concluiu a residência, e integrou-se à equipe do HVC, sendo responsável por diversas inovações, como a técnica de anestesia por hipotermia. Dois anos após, realizou-se a primeira cirurgia cardíaca com circulação extracorpórea. “Os médicos Wilson Luiz Pavan e Leonardo Cavaliere contribuíram para que o Vera Cruz se tornasse referência em inovação”, afirma o coordenador da equipe de anestesiologia do HVC, Jaci Custódio Jorge.
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O médico, que exerce a coordenação da anestesiologia do HVC desde 1992, afirma que a estrutura da área cresceu gradualmente, junto com o hospital – atualmente, são 38 anestesistas. De forma escalonada e em plantões, a equipe realiza cerca de 30 procedimentos anestésicos por dia, no prédio principal e no HVC Day. “Atuamos no controle da dor e no monitoramento dos sinais vitais, em cirurgias mais simples, como as ambulatoriais, e até naquelas mais complexas, como as cardiotorácicas. Também participamos de exames que necessitam de sedação, como endoscopia e colonoscopia, cobertura hemodinâmica e consultas pré-cirúrgicas”, afirma.
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Desde a sua criação, o HVC preza pela formação de um corpo clínico altamente qualificado e atualizado, formado hoje por especialistas de 30 diferentes áreas médicas. Periodicamente, eles se reúnem para discutir casos de pacientes tratados no hospital, além de inovações e artigos científicos. Assim, o corpo médico avalia riscos e chega a um consenso sobre as melhores condutas em relação a cada caso.
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Além de participar das reuniões multidisciplinares, os anestesistas se encontram também para avaliar os casos, possíveis complicações anestésicas dos pacientes, além de analisar e discutir temas específicos para atualização técnica e aperfeiçoamento. “Essa troca permite que os profissionais repliquem suas experiências e conhecimentos, discutam e analisem a incorporação de novos procedimentos e técnicas no dia a dia as inovações, em consonância com visão do HVC.” Jaci, que já presidiu a Sociedade de Anestesiologia de Minas Gerais (Samg) e participa ativamente na Coopanest-MG desde a sua criação, afirma que busca propagar o espírito cooperativo entre os colegas. Segundo ele, a maioria dos anestesistas da equipe do HVC é cooperada. “Incentivar os profissionais se cooperem, especialmente os mais jovens, é muito importante para mantermos a união e o crescimento conjunto.”
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